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Fim de semana

Ele acorda, abre os olhos e sem coragem para encarar a claridade, se espreguiça para avisar para o resto do corpo que ele oficialmente acordou, ao mesmo tempo, ele respira fundo como se estivesse estocando ar para a fadiga do longo dia que tem pela frente. Faz tudo isso tão sincronizado, como se fosse algo que não precisasse da ajuda do cérebro, e aí então, o cérebro o lembra que ele ainda está lá e com ele vem vários pensamentos e lembranças. De tudo que lembra,  nada é mais importante do que lembrar dela. Sim, dela! Aí o coração trabalha mais feliz, parece até escola de samba no desfile de campeã.

Nesse mundo tecnológico, ele busca a razão que faz com que cérebro e coração sincronizem-se perfeitamente. Uma mensagem de bom dia, um status na rede social ou até mesmo uma foto mostrando que para ela o dia já está a todo vapor. George Orwell em seu livro 1984, descreve um mundo louco, cheio de tecnologia. Imagina se naquela época, 1948, quando o livro foi escrito, existissem realmente as “teletelas”. Hoje ele daria um abraço nela, graças a alguma tecnologia com hologramas ou coisa parecida, mas ainda não chegamos lá.

Como é bom sonhar, do mesmo jeito que ele sonha com ela, como é bom esperar mais do futuro. Como é bom esperar ansiosamente o fim de semana e acompanhando-o está justamente a razão da sua existência por essa selva de pedra monocromática, fria e vazia. Faz parecer que tudo tem sentido, que o transito é apenas um desafio que você precisa resolver para ganhar o tão esperado prêmio. O fim de semana. Ela.

E assim são os meus dias, ou talvez, assim eram, assim era o começo da vida que eu construí na minha imaginação. Mas e depois? O depois não importa, vivia esperando apenas para viver o fim de semana. Para viver com ela.

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